Tristeza sem fim.

No sertão, por uns meses, ela carrega um bocado de água nas mãos.
Eventualmente bebe, satisfeita e feliz. Pensa consigo mesma que pode ser o melhor momento de sua vida nos últimos tempos. Pelo caminho tropeça tanto e tão feio, e não há proteção que resista a isso. Quando percebe já não existe mais água.
Agora suas mãos juntas servem somente para tampar o rosto, esconder as lágrimas e se lamentar pela 'água derramada'.
Passa tanto tempo se lamentando pela ótima água derramada que não percebe a chuva que eventualmente cai. É só juntar as mãos de novo para segurar a água. Por enquanto ela ainda não consegue fazer isso. Ao mesmo tempo que se lamenta, conserva os olhos fechados. Até sente a chuva, mas não bebe água e sua sede é sua tristeza sem fim.

- Uma história baseada em tantas reais.

Por Juliana.

3 do que eles dizem...:

T disse...

Ficou bacanérrimo, Néim!

Podia colocar "Viagens" como Marcador, sempre que escrevo algo assim, coloco que é Viagem minha...

Anônimo disse...

e qdo a chuva é ácida??

=/

lucy disse...

nossa que legaaalll!!!
descobri seu blog procurando pelo nerdcast no google e axo ele otimooo
me lembrou guimares rosa XD